|

21 de nov. de 2009



Um Simples Conto de Natal


Então, é natal...

Valdo não tinha dinheiro para comprar o peru, o panetone, um bom vinho ou castanhas e frutas.

O que fazer? Vender mais papelão? Limpar mais carros no sinal? . Eram boas opões...Só que com o tempo chuvoso quem andaria com uma carroça cheia de caixas, ou mesmo, secaria o pára-brisa dos carros? .

- “Não me dariam dinheiro. Seria taxado de louco. E só loucos cometem loucuras.``. resmungou.

E ele não era louco. Era apenas um desempregado, como tantos outros, em tantos lugares, sem tantos luxos, e com tanta pouca misericórdia de Deus.

A Chuva não cessava.

“São Pedro não acaba essa faxina no céu??!!”, gritou, enquanto saia de sua casa, para arejar as idéias e transformá-las numa bela ceia de natal, se possível. Algo para completar

o arroz, a farofa,

Às vezes algumas boas lhe apareciam e tomavam boa parte do cérebro, satisfazendo sua fome. Era como se tivesse comido um pedaço de sua enorme cabeça, pois, no outro dia, estava com enxaqueca terrível. Hoje ele estava faminto de idéias, que piorava ao olhar as vitrines, os balcões das lojas, e de longe, sentir o cheiro das ameixas, frutas, vinhos.

Já passavam das 1300h e finalmente, o aguaceiro findou. Ele sentou num banco da praça, que estava lotada de crianças, anjos, para ele. Caminhou ao encontro da luz refletida. Era era apenas um guarda chuva, esquecido no jardim por alguém.

Como nunca se sabe o dia de amanhã, ou a próxima hora, foi embora, testando o que agora poderia ser um guarda-sol. Percebeu que se continuasse com aquilo armado, o chamariam de louco, e ele não era louco. Continuou sua peregrinação, entrando num mercado para ´´alimentar`` melhor sua imaginação e encher a boca de água em sonhos.

“Nossa mãe do céu, esse presente quer ser meu!”, pensou, com um sorriso nos lábios, ao ver um bacalhau meio caído num balcão.

Olhou em volta, não haviam olhares maldosos direcionados, nem câmeras. Daí, teve a mais brilhante idéia de sua infeliz vida: empurrou o bacalhau pra dentro do guarda-chuva desarmado... tentou fechá-lo melhor e não conseguiu. Por fim, o encostou ao corpo, saiu apressado.

“Foi Deus o dono desse guarda-chuva!!”, falou baixinho para si.

Nesse momento, já na rua, caiu a maior chuva de sua infeliz vida. Ele seguiu, com o guarda-chuva fechado, protegendo o bacalhau. Sem querer saber o que pensariam dele por estar se molhando.

Corria feliz.

Hoje, comeria bolinhos de bacalhau em sua solitária ceia de natal.


No Gramophone : ´´Brejo da Cruz´´, Chico Buarque



Escrito por Sergio Nasto,
às 18:30


| Sites e blogs favoritos |
Jady|Cintia|Cecilia|Guga Flaquer|Rackel|J. Neto|Euza|Carol|Bandeiras| Babi Soler|Natalia|Morcego|Drica|Claudia| Teti| Sidnei|Sieger | Lulu | Beti Timm|Ju|Katia|Eliana|Advi|Mirella|Raquel|Talita | Gisele|Luciana|Van |Juliana|Menina |Luana|Micha | Meninas/a>|Sonia | Dácio Jaegger| Monica Montone | Ana | Alê|Josi|Liz|Marcos | |Giovana Manzoli |Grace|Mario|DO| Be| Pepê|Katia| Mirza|MaithII|Luma|Janaina|Lia|Rosa|Cris Penaforte| Lino| Saramar|Mani|Ana Pontes| Raquel Moniz|Meire| Cilene|Sandra Turner|Fernanda|Hiran|Dalva|Mary|LilianePaula| Edgar|Magui|Sammyra|Mere|Tina Harris|Tina|Monica Cabral||Bel| Laura|Veronica|Elvira|Alice|Fabiola|Maith|Kall|Keila|Cejunior| Patty|Elisabete|F.|Marconi| Daniele|Barbara|Loba|Euza|Di|Fred|Vivi|Lili|Vera|Georgia| Elis|Paulo|PauloII|
| Arquivos |
02.2005 03.2005 04.2005 05.2005 06.2005 07.2005 08.2005 09.2005 10.2005 11.2005 12.2005 01.2006 02.2006 03.2006 04.2006 05.2006 06.2006 07.2006 08.2006 09.2006 10.2006 11.2006 12.2006 01.2007 02.2007 03.2007 04.2007 05.2007 06.2007 07.2007 08.2007 09.2007 10.2007 11.2007 12.2007 01.2008 02.2008 03.2008 04.2008 05.2008 07.2008 10.2008 11.2008 12.2008 01.2009 04.2009 06.2009 07.2009 08.2009 09.2009 11.2009 12.2009 02.2010 04.2010 05.2010 06.2010 07.2010 11.2010 12.2010 04.2011 08.2011


| Créditos |
Blogspot | Getty Images | Haloscan | Inversa


<body> <BGSOUND SRC="musicas.mid" LOOP="INFINITE">