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30 de set. de 2006

Faz Parte De Um Mundo Simples


...E, escolher uma música mais importante para mim é muito difícil. A Grace mas uma vez me intimou a falar, incentivada pelo post comunitário da Micha. Tenho uma trilha sonora desde os meus cinco anos de idade quando o Roberto Carlos cantava ´´As Curvas da Estrada de Santos`` e eu acompanhava. Eu não lembro, mas é o que dizem. Na minha casa, todos o dias, ouvia-se alguma coisa. Já falei sobre isso num post do ano passado de como os Beatles entraram a minha vida. Eles emplacaram o que daria uns dois cd. Desde a primeira que ouvi, ´´Let It Be``, que é na realidade o último sucesso deles, até meu conhecimento do total de suas musicas quando tinha quatorze anos. ´´My Sweet Lord, do George Harrison,. era meu hino, já com eles separados.

Como muitas coisas que entram e saem de nossa vida e deixam ou não marcas, curiosamente não foi deles a música que marcou minha vida. Por alguns meses, ´´Music And Me`´ e ´´One Day In Your Life`` , do Michael Jackson, seguiram em primeiro lugar. Meu problema é que comprava muitos discos, como até hoje é meu vício maior. Sendo normal um determinado momento que aquele som se torne inesquecível. Pode ser uma primorosa noite de natal com muita chuva ouvindo ´´Guilty`´ até o dia clarear...e quase me sentido como tal...um beijo na escada no dia de um aniversário, ouvndo ´´Just Way You Are``...´´Dust In The Wind`´ levada até meu o quarto por ela...e, também, numa manhã quando entrei no meu novo local de trabalho estava tocando ´´Linger`´, do Cramberries, Como esquecer?

As grandes passagens, umas felizes e outros nem tanto, sempre foram bem acompanhadas musicalmente.. Passei uma boa temporada em Recife e muita coisa ouvia nos bares de Olinda...´´Dia Branco`´...´´Caminhos do Sol``...´´O Luar``....´´ Canção do Novo Mundo``...´´Canção da América``..´´Meu Guri`´....´´Acontecencias``....´´Canteiros``...´´Na Primeira Manhã``...´´Trem das Cores`´...Essa foi uma fase muita rica da MPB. Havia uma casa, a Mansão do Fera, que tinha quatro ambientes. Ali comecei minhas noitadas, algumas inesquecíveis, com a Blitz tomando conta de tudo, Marina...Os primeiros acordes do Rock Brasil...Os festivais MPB-Shell.

A década de oitenta estava só começando e mal sabia que mais adiante um acontecimento marcaria minha vida, e nas duas extremidades, teria musicas como pano de fundo. Em, 1988, quando minha então namorada engravidou, o Cazuza estourava com o disco ´´Ideologia`´, e uma música encaixava certinho com minha felicidade de futuro pai. Era ´´Faz Parte do Meu Show``...´´...Te faço um filho e te dou outra vida pra te mostrar quem sou..``. E ficou assim por seis, sete anos. Tempo que durou a convivência.

Como houve no encontro, tinha que haver no desencontro. Depois de anos felizes e infelizes, mais para o final dos infelizes, passava uma tarde na loja Redley, do Conjunto Nacional, em Brasília, e ouvi uma música linda, de um album com o sugestivo nome ´´The Wedding Album``, do Duran Duran. Essa marcaria uma decisão certa e uma transformação e aprendizado:: a separação. O refrão da música diz:

´´Mas, eu não vou chorar pelo ontem,
Há um mundo simples
De algum modo eu tenho de encontrar.
E enquanto eu tento trilhar o meu caminho
Para este mundo simples,
Eu aprendo a sobreviver.``


No Gramophone: ´´ Ordinary World``, Duran Duran


Boas Vindas ao Darlan, Lino, Guga Alayon, Zeca, Nani, Mani Adaia, Enoisa, Marcos, Meire


Bom voto à todos


Escrito por Sergio Nasto,
às 18:53


23 de set. de 2006

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva, idealizado pela Laura, com o tema ÉTICA


No Seio do Bem e do Mal



Deixe-me viver em paz.
Eu não tenho espelho.
Tenho que ser bom, mas é preciso o mal.
Quero doar, mas tenho que roubar.
Quero defender, mas tenho que acusar.
Deixe-me morrer em paz.
As mãos eu lavo.
Tenho que ser mau, mas é preciso o bem.
Quero matar, mas preciso salvar.
Quero trair, mas tenho a dizer.
Tenho e preciso compartilhar
A sede, a fome...
Olhar para que o está na frente,
E não empurrar
Para o mais fundo poço,
De tudo aquilo que não quero
Para mim.
Não quero o precipício.
Não quero a desilusão.
Não quero a desesperança.
Não quero a maldição.
Quero ser bom , mas sou mal.
O que faz de mim um larápio?
O que faz de mim um trapo?
Onde está minha compaixão?
Acho que cuspi no prato,
Mas não comi.
Que Deus tenha piedade de mim
Porque sou o mal.
Que Deus tenha piedade de mim
Porque sei ser bom.
Então, Deus, o que me falta
Para que não seja assim?
Para pensar maior?
Para não transgredir as leis?
Para ceder a minha vez?
Que não queira tudo pra mim?
Que deixe de ser ruim?
Já sei a resposta:
Me falta amor ao proximo
E é insuficiente o amor a mim
Para que um dia eu seja o próximo
A estar o mais próximo de Deus.


No Gramophone : ´´Bad``, U2

Boas Vindas à Be, Chris, Elaine Pauvolid, e à Zingarah


Escrito por Sergio Nasto,
às 22:13


16 de set. de 2006

Uma Tarde Muito Especial

...E, quando li sobre o post comunitário da semana, comentei no blog da Micha, que era um assunto interessante. Fiquei a semana pensando se daria assunto pra post, se ficaria legal contando, essa que foi uma tarde especial pra mim. Quando já estava pensando num post, li o comentário da Grace, que mesmo sem falar nada com ela, gostaria muito de saber qual o filme que marcou minha vida.

Bem, tudo começou com uma recuperação em Geografia, ainda na sétima série. A professora pediu que uma sobrinha dela, que trabalhava na secretaria do colégio, me entregasse material para fazer um trabalho, ajudando assim na minha nota final. Com isso, ficamos amigos, apesar da diferença de idade. Ela tinha 25, e eu caminhando para os meus 16. Passei em Geografia, mas fui reprovado em Matemática.

Um certo dia do ano seguinte, eu aguardava no pátio do colégio, alguns amigos para aquele bate-papo depois das aulas. Ela foi ao me encontro, e começamos a conversar. Coisas bobas, meio adolescentes, meio adultas. Na época, eu já tinha uma boa conversa, e não sentia dificuldade alguma de conversar sobre qualquer assunto. Então ela me chamou para ir até a Lobrás (antiga Lojas Brasileiras). Enquanto ela procurava o que queria, eu tentava roubar balas, coisa que fazia sempre.

Ela não encontrou o que queria e fomos na Lojas Americanas, duas quadras depois. Ao passar em frente a Galeria Copacabana, ela comentou sobre o filme em cartaz, que gostava de filmes românticos, etc e tal. Depois de tudo resolvido, ela me convidou para assistir a sessão no Cine Jóia. O filme já havia começado, e naquele tempo, podia-se ficar até a outra exibição sem precisar pagar novamente. Assistimos a um belo filme, um dos melhores. O nome é Um Dia Muito Especial.

Marcello Mastronianni e Sophia Loren vivem uma amizade inesperada e bonita, no inicio da 2. Guerra Mundial. Ela uma solitária dona de casa, esposa infeliz, e ele um solteiro, homossexual, despedido do emprego por sua condição. São vizinhos, mas não se conhecem. O que ocorre quando o pássaro de estimação dela foge e pousa na janela dele. O filme não é muito famoso, mas foi muito premiado. Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme estrangeiro, e o Marcello Mastronianni foi indicado como melhor ator, e as mesmas indicações ao Oscar. Premiado também, com o César de Melhor Filme Estrangeiro.

Bom, o marco na minha vida, foi que no intervalo, nos beijamos demoradamente, e várias vezes, com olhares e sorrisos, e nenhuma palavra. Havia curtas, ou reportagens e a luz continuava apagada, e lá não tinha o ´´lanterninha``, pois era uma sala acanhada. Muito pequena mesmo. Ela foi a primeira mulher adulta que beijei. Depois dessa tarde, a amizade continuou, nos encontrávamos no colégio, com trocas constantes de olhares tímidos, mas não houve outro beijo. Ela um dia me disse que o beijo foi para ela como voltar a algum momento perdido de sua adolescência. Para mim foi uma aula de o que fazer quando se beija uma perfeita mulher.


No Gramophone: ´´ The Logical Song`´, Supertramp.


Boas Vindas à Julis e Cookie


Escrito por Sergio Nasto,
às 12:50


9 de set. de 2006

A Chave


Eis a porta.
Não tenha receio
Olhe em volta, tudo no lugar.
Tudo como deve estar
O que você pode dizer é que
Sempre foi assim
Eu digo que não
Procure melhor
Encontre a felicidade
Atrás de cada móvel
Mas não os tire do lugar
Está tudo como deve estar
Não fale, não cale.
Pense e mostre o necessário
Eis aqui a porta
Vou abrir a cortina
Estamos nós no cenário
Não chore, ela não corre de nós.
E sim. a movimentamos.
Pense e mostre o que pode.
É simples, abra.



No Gramophone: ´´ You Make Me Feel Brand New``. Simply Red.

Boas Vindas à Fred Neumann, Di, Karine, Katia, Marcia do Valle e o bom retorno do Branco.


Escrito por Sergio Nasto,
às 10:19


2 de set. de 2006

Quando Outubro Chegar

...E, no limiar de nosso inferno, ou pedimos ajuda ou caímos de joelhos, pondo nossa cabeça da guilhotina. Acreditamos, ou não; aceitamos, ou não; concordamos ou não...A vida segue...Seguimos acreditando, aceitando, concordando...Ás vezes sim, às vezes não...

Não acreditamos na noite, não acreditamos no dia, não acreditamos no fim dos Beatles. Mas aceitamos os juros, aceitamos os preços, aceitamos o desemprego.
E concordamos com a fome, concordamos com a miséria, concordamos com o resultado das urnas.

Não acreditamos em Deus, não acreditamos em religião, não acreditamos na salvação.
Mas aceitamos a violência, aceitamos a corrupção, aceitamos o cinismo.
E concordamos com a falta de oportunidade, concordamos com a falta de moradia,
concordamos com a falta de vergonha.

No limiar do nosso céu, milhares de tridentes solitários nos cercam, nos dizem o que devemos fazer, qual a tecla a digitar, sendo que não existe a ´´anular`´ a ´´explodir`´....Os tridentes estão à solta, seus donos não tomaram posse...Milhares de falsos guerreiros invadem nossas casas, pelo vídeo...E por nossas veias corre o sangue quente e sujo, de tanto saber que ali está o diabo e nos levará à morte.

Ainda assim, acreditamos na vida...Com braços cruzados, boquiabertos, mãos atadas, cerco fechado, estado de sítio.

Mesmo assim aceitamos a vida...Com portas fechadas, bolso vazio, santos empoeirados, terços despedaçados, poluição de mentes que mentem...

Mesmo assim concordamos...Com o mendigo infantil, o idoso infeliz, o doente de branco, drogas ilícitas lícitas, pastores esperando a fé...

Por mais cabeças que rolem, enquanto a nossa se sustentar no pescoço, não estarão à prêmio, então podemos pensar. Não podemos ficar loucos.

No Gramophone : ´´ Handy Man`´, James Taylor.


Boas Vindas à Bruna e Vera Fróes


Escrito por Sergio Nasto,
às 15:56


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