13 de fev. de 2007
Este post faz parte da blogagem coletiva, idealizada pela Meire, em luto pela morte de João Hélio.

Nós Sabemos A Hora
De um certo modo fiquei mais indignado hoje, ao ouvir que não se pode mudar pela emoção, é o mesmo que dizer que não podemos reivindicar quando queremos algo. Alguns parlamentares e membros da sociedade estão excessivamente em descrédito que não conseguem defender o povo. Os parlamentares não conseguem encarar o povo, como medo do infrator dizer : ´´Quem são eles para dizer isso?´´...Os juristas receiam em autenticar o pedido, com medo do infrator dizer: ´´Quem são eles para dizer isso?´´...E assim vai outras camadas da sociedade que se diz ´´pensante´´....Só restamos nós, o povo...E, para nós, o infrator não pode, nem vai dizer isso, pois não somos donos do tráfico, estamos esquecidos em outra escala, tanto quanto e como esquecemos do menino de rua. O poder público nos esquece para que esqueçamos dele, e não lhe cobre nada.
Se não podemos mudar quando o país está comovido, então quando mudar?. Seria bom fazer essa pergunta à eles.. Talvez quando acontecer com um filho de um deles. Quando pela campanha das ´Diretas Já``, o país estava comovido. Quando as regras da Fórmula Um foram alteradas, para maior segurança, o mundo chorava a morte de Airton Senna. Quando Collor saiu pela porta dos fundos do Palácio do Planalto, os eleitores estavam indignados. E, agora, quando uma família é incinerada ainda com vida dentro de um carro; quando varias pessoas morrem trancadas dentro de um ônibus em chamas; e, quando uma mãe vê seu filho, ser arrastada por seis quilômetros, se ouve que não é hora para mudanças, é hora de perguntar, quem somos?
O ocorrido veio numa boa hora. Tristeza não escolhe dia, às vezes ela vem com um sorriso. O povo pode mudar esse país. É carnaval, festa mais popular, e mesmo assim estamos tristes. Em nenhum momento do ano, há tantas manifestações. Então, que os milhões que sairão de casa para os festejos, juntem-se, e esse país terá um levante que jamais aconteceu na sua história. Muitos políticos mudarão de opinião, como mudam de partidos, e ideologias, e sairão de braços dados com o povo, mas poucos merecem nosso apreço. Mostraremos que queremos mudanças e vale a pena sim qualquer que seja, o que não pode é ficar do jeito que está. Eles não sabem de horas, pois não usam sempre a calada da noite, os obscuros momentos, para seus crimes. Nós usamos as horas para nosso trabalho, nossa família, nossa vida, e nao as temos mais.
Essa é a nossa hora. A hora que eles tanto temem. Por isso dizem que não. Receiam que o povo tome o país nas mãos. Não dormem sossegados, acordam com pesadelos do povo pisando seu pescoço. Tremem ao pensar que o povo pode lhe cobrar ´´mensalões´´, que os joguem às ´´sanguessugas´´. Qual lado eles estão? Se um infrator ouvir declarações do Presidente da República de que não é hora para mudanças, que não adianta alterar, provavelmente vai festejar, com apertos de mão, e abraços, do mesmo jeito que fazem nossos parlamentares em campanha. O futuro, o agora é aqui. Nós sabemos a hora.
Todos poderão cantar aquela marchinha que diz na letra :´´ah, esse ano, não será igual aquele que passou``. E, não será mesmo!
No Gramophone : ´´ Bad`´, U2.
Escrito por Sergio Nasto,
às 00:48
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