8 de jul. de 2006
Vermelha Cruz
...E, em meados de 1968, nascia mais uma filha do casal. Parto normal, saudável, bela como a flôr do campo. Moravam numa cidade do interior, com o pai funcionário da prefeitura , a mãe dona de casa, a vida corria feliz. Tempos depois os pais notaram que aquela criança perfeita e feliz já não poderia ser encarada como uma criança normal. Algo estanho acontecia para tantos choros e desconforto indicando que estava molhada, coisa normal em toda criança, mas pela quantidade de vezes anormal na pequena. Mesmo com o pouco recurso da cidade, consultas e médicos não faltavam. Cinco anos se passaram mudaram para outra cidade, onde o pai foi trabalhar. A caminhada a médicos aumentou, e no fundo, só amenizava o problema. Os ventos sopraram para outra mudança, outro estado, outra cidade, a criança já completara oito anos. A mãe nada podia fazer, e sentia por sua filha ainda usar fralda descartável. No colégio começaram as brincadeiras desagradáveis, apelidos e preconceitos. Revidava a injustiça com inteligência, boas notas, comportamento exemplar. Amigos não tinha, a não ser a irmã, mas seu melhor amigo, o pai, não desistia, procurava os motivos que fazia sua filha tão desigual, e acalentava o sonho de vê-la normal e feliz
Foi como presente de dez anos que ela recebeu a noticia que se fossem para outra cidade, poderiam lá encontrar a cura. E mais uma vez, buscando encontrar a luz no fim do túnel, entraram em um dos mais difíceis e longos de suas vidas. O amor calça sapatos fortes, mas nem sempre com belos caminhos para percorrer. Não se pode duvidar de qualquer busca quando se quer ser feliz. A mudanças e transformações pareciam nessa hora ter um fio de esperança. Uma esperança vermelha, algo que pudessem realmente enxergar uma claridade mesmo de longe. Eles conseguiram.
"Sua filha tem 4 rins um deles tem o canal fora da bexiga , eu posso operar tirar o rim e sua filha vai ter uma vida normal , é um procedimento novo , haverá riscos , mas ela é uma criança saudável , sei que vai dar certo ". Disse o médico. Como todo brilho no olhar, lágrimas brotando, ela ainda conseguiu gravar o de seu pai. Ela nunca mais viu algo tão belo em sua vida. O calor do abraço da mãe, nunca houve igual. Logo cedo aprendeu que vida é feita para viver. Podia ser como ela vivia, mas se pode melhorar, que melhore, queremos e podemos compartilhar felicidade. Os dias que a criança passou são seus 38 anos hoje. Todos nós temos uma história de amor e fé na vida, como páginas lidas e relidas, e por isso acreditamos nele.
No Gramophone : ´´ Anjo Bom``, Lô Borges e Flávio Venturini.
Boas Vindas à Patty, Juquinha, Goth, Dada, Marisa e retorno ao mundo blog da Litinha.
O Que vejo na Copa:
Alemanha numa injusta posição Portugal, a melhor equipe. França uma inesperada chegada Itália, até agora, premiada.
Escrito por Sergio Nasto,
às 10:47
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