2 de jun. de 2005
O Clube dos Mil Tons
....E sei lá, volta e meia eu andava a procura de ouvir algo diferente. As idéias, as conquistas, tudo parecia novo, com jeito de que era aquela a resposta que tanto esperava. Era daquela maneira que eu queria viver. A mudança chegou com o crescimento, a idade aumentava, e tudo em volta amadurecia, da palavra ouvida da mãe, ao olhar de uma menina, numa tarde qualquer. Eu ouvia muito rock, e havia chegado um momento em que os Zeppelins da vida, e os Stones da caminhada, já não supriam a necessidade de falar algo para alguém, alguma coisa mais compreensível. Já passávamos noites dos dias úteis, conversando bobagens e ouvindo discos de Toquinho e Vinicius, João Gilberto, Roberto Carlos, acrescentando amor àquela paixão adolescente, que até hoje parece eterna. Ainda recebo seus e-mails, apesar de todos esses anos, de tudo o que se passou, parece que ainda haverá um reencontro , nem que seja para falarmos do que perdemos, o que deixamos de fazer, o que mostrei a ela, e o que ela me mostrou. Parece que nosso sonho não envelheceu. Foi numa noite de março, dias depois do seu aniversário, que ela chegou com uma fita cassete do Milton Nascimento, e perguntou se eu conhecia. Disse que já tinha ouvido falar, ouvido uma coisa ou outra, e pedi emprestado. Ouvi vÁrias vezes naquela noite. O disco era o ´´Courage``, importado, com musicas do primeiro do ´´Bituca``. No outro dia, comprei a versão nacional, um pouco diferente. Foi dessa forma, que entrei pela primeira vez em contato com o ´´Clube da Esquina``. Mais ou menos um ano depois, Beto Guedes, lançaria o disco ´´Amor de Indio``, a música ´´Feira Moderna`` estoura nas rádios, e ganharia os ouvidos dos adolescentes com seu solo harmônico, pesado, mas poético. Encontrei ´´O Terço``e o ´´Som Imaginário``, numa brincadeira de sala, através da professora, na aula de artes cênicas, quando levei para cantar a música ´´Bola de Meia, Bola de Gude``, do 14 Bis. Levei para casa uma fita cassete com várias músicas de Toninho Horta, Beto Guedes, Milton Nascimento, Lô Borges, sem saber que aquela era a grande família. O Clube da Esquina sempre me pareceu como um verdadeiro clube de amigos. Minhas grandes amizades começaram ao som dos mineiros. Do canto da manhã num vagão do trem que vai a Tiradentes, passando pelo ônibus a caminho de Ouro Preto, São João Del Rei , Belo Horizonte e Betim, nas farras do nosso apartamento no Rio, viajando no ´´Blue Moon``, em Brasília, e chegando até os bares de Fortaleza, Recife, Maceió e Olinda. Há uma espécie de imã com essas pessoas que atraem outras boas pessoas, como se fosse uma corrente do bem. Pessoas que tem bons pensamentos, boas mensagens. Que vivem, sentem, amam. A beleza de suas letras e melodias, e a própria amizade que envolve seus participantes, contagiam. É impossível não sentir na poesia de suas letras a felicidade de viver plenamente o que se lê. Palavras que inspiram, que trazem um sorriso em cada nota musical, que infesta a alma, como fosse uma força divina. Hoje, meus dias ainda são inspirados na música desse grupo tão mágico. A arte se encontra em músicas inesquecíveis como ´´Vera Cruz``, ´´O Amor Não Precisa Razão``, ´´Beijo Partido``, ´´Sonho Real``, ´´Nascente`` músicas que todos gostariam de ter feito. Eles são nossos Beatles, nossos Led, nossos Stones, nossos Elvis, são nossos Mil Tons brasileiros, de coração puro, alma serena, que buscam em suas trilhas, preciosas pedras, eternos caminhos, estrelas possíveis de serem alcançadas, mil possibilidades de nossos dias continuarem inspirados, e de nossos sonhos nunca envelhecerem.
No Gramophone: ´´ Clube da Esquina n.2`` Lô Borges.
Comentando os comentários:
Liliane: Obrigado pela visita, e pelas palavras, apareça.
Canceriana: Não devemos ficar paralisados diante dos desafios, não no que depender de nós.
Gisele: (1) Obrigado...(2)O medo de vencer vem junto ao medo do fracasso, daí ser mais terrível de enfrentar.
L.: Pode ser, pode ser...
Drica: Há coragem pra tudo na vida, só depende do que estamos dispostos a enfrentar.
Ana: (1)Nós mudamos com o tempo, e nosso caminho é longo até chegarmos ao equilíbrio quando se quer...(2) O Abel agora acertou..
Renata: Não é tão assim, começa com o pensar, usá-lo, melhor dizendo.
Dê: (1)Força! Cadê o sorriso diário?...(2) o Flu te fez feliz?
Flôr: (1) O brigado...(2) Quando disse que nós sabemos ´´como``, quis dizer que temos o modo certo de viver nas mãos. Às vezes sabemos o eu fazer mas desistimos...(3) O Flu ta bem, obrigado.
Cristiano: Dizem que ela é última que morre, para os sem coragem é a primeira.
Teti: Encarar é o modo mais fácil de criar a tal coragem, se acovardar, olhar pro lado, só faz o tempo passar e nada se aprende.
Shê: Arriscar faz parte da vida, pois não sabemos do amanhã, então por aí você vê que inconscientemente você já usa a coragem sem perceber, a questão é aprender a fazer consciente, com equilíbrio.
Lulu: A foto vai aparecer quando menos você esperar, lembre-se que não percebemos nosso próprio tamanho...(2) Eu sei, você some só pra gente ficar com saudade.
Jady: Faça um resgate de tudo isso, talvez seja o eu falta hoje.
Ana Melo: Esperança sempre, e força maior ainda, as respostas aparecem, o problema é que as vezes não são como queremos.
Márcia: (1) Saudações Tricolores!!!....(2)Obrigado pela visita...(3) Temos sempre, a todo momento essa coragem, apenas esquecemos de como lidar com ela.
Claudia Beatriz: É verdade, errar faz parte. Agora há erros responsáveis, e com esses nós aprendemos, e os irresponsáveis que não devemos cometer, e que também sabemos como evitar.
Escrito por Sergio Nasto,
às 21:06
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