5 de mai. de 2005
Apenas Um Lago
...E lá estávamos em meio a uma reunião, aliás, ainda não havia começado, e em meio aquele alvoroço, surgiu entre eu e um amigo de trabalho, a conversa sobre medos, se alguém estava com alguma espécie de medo, e sempre, ou quase sempre, o medo vem aliado à mudança. Principalmente ao novo. Esquecer, para alguns, o que há de velho, ou de costume, é como afogá-los. O que há de velho, determina uma maneira, e agora obrigado a mudar, de ver uma nova forma para encarar o dia-a-dia. Não ter medo da mudança pode ser um grande partida. Os assuntos da reunião entram tenebrosos, e alguns os recebem com espanto, os cortes aos recursos, serviços, expediente, aparelhamento, etc, etc...Depois das perguntas, veio a descoberta do ´´ Monstro do Lago Ness``: o computador . Daí, desse simples medo material, se tem uma idéia dos possíveis desgastos de mecanismos que se encontram no cotidiano mesmo para enfrentar os altos e baixos. O medo é um sentimento que mora internamente nas pessoas, e só sai pra passear quando sua amiga, a insegurança, o chama. Para saber, e entender o medo em cada um é necessário mergulhar em seu interior, ou deixar que alguém o ajude. Nem sempre o encontramos sozinhos, uma ajuda é sempre bem vinda, pois muitas vezes o percurso é longo, e o fardo pesado. Se tivermos amigos pra dividir o peso, por que não chamá-los. Isso serve para todos os medos. Com aquele ambiente desagradável, me desliguei, e lembrei do encontro com um conhecido, e sem querer comentei sobre seu problema. Eu soube do ocorrido por outras pessoas, que era uma situação de doença grave, e que teria de passar por uma cirurgia delicada. Na hora fiquei meio sem saber o que falar para alguém que não acredita na vida que levou, e que pensa na morte com desespero. Ele me falou da sensação de acordar de madrugada, e estar morto. Perguntei-lhe, qual era a sensação de morte, e ele, me disse que não sabia. E falei, que ele acabara de dizer que tinha a sensação de ter morrido. Ele parou um segundo, e disse, que não sabia, por que o medo da morte estava sufocando tudo que ele mais gostava. Continuei, dizendo que esse é nosso medo em relação à morte: deixar o que amamos. O mecanismo que se pode usar é aproveitar o máximo tudo que mais amamos. Pode ser filhos, pais, se os tivermos, ou bens matérias, animais de estimação, qualquer coisa que lembre vida. Aquele que vive, não morre. Não adianta na hora da despedida, lembrar do irmão, das viagens que não se fez, das pessoas que não amou, e das que não entregou seu simples sentimento, sua confiança, por amor, por amizade... Na vida, se escolhe, mas na morte não há como escolher. Se tem algo de importante para aprender, ensinar, fazer, que seja agora. Creio que ele entendeu, e caminhou. Às vezes os temores são apenas recordações, do que não se fez, da maldade, se a fez, do que não perdoou, do que não ajudou, como fosse um sufoco. E se sufoca é porque não viveu. É porque não queremos perder o que amamos, mas isso acontece tardiamente, por não ter se dado o valor necessário. É como se tivesse medo de alguma cobrança mais árdua por trás. Isso serve para todos os medos, do banco da faculdade à aposentadoria do serviço. Medo que acaba quando mais uma vez se enfrenta e se quer acertar. Essa é a maneira, a melhor delas, de dominar esse sentimento. Depois, a certeza que se tem é que, na verdade, o medo não existe como presença, mas sim, como um figurativo. É como o medo de avião, eu tenho medo, mas um dia que tiver que usar, não o terei mais, e da próxima vez será apenas lembrança, de que um dia se tive medo de alguma coisa.
A reunião acabou, e não consegui me concentrar na maioria das coisas, estive todo o tempo, observando sobre medos, o que cada um falava, e que eu pensava. Cada dia é diferente do outro, todo medo tem seu porque e pode surgir do nada. Mas a força de cada um, tem que ser maior que ele, para não ser pego de surpresa, e cair no mesmo poço. Uns dizem que os medos salvam do perigo, mas não precisa estar no perigo para tê-los, então essa idéia é falsa, estar sem medo dentro de um caça supersônico, também é perigoso, e nem por isso, o piloto morre.
O medo tem sua moradia. A descoberta de seu endereço, é a missão a ser cumprida. Peça apoio a seu interior, pois, todo medo se transforma em coragem, quando o encontramos. Perder o medo é apenas encontrá-lo.
No Gramophone : ´´ Pequeno Mapa do Tempo``, Belchior.
Comentando os comentários :
Louca de Atar : (1) Estamos certos, nunca é pouco sonhar...(2) Apareça!
Shê: (1)A banda é imortal, e não precisa nascer na época, há discos deles por toda parte até hoje....(2) Bom final de semana pra você.
Anita: (1) Legal!Também é um dos preferidos até agora...(2) Foi assim mesmo, acho que até hoje minha irmã tem o disco.
Jady: (1)É, só quem viveu por falar com detalhes sobre aquela época...(2) Gosto muito de U2, e alguma coisa do Elvis. Acho que tudo na vida tem que se idealizar, sonhar, pois é uma boa maneira de ser feliz por algum tempo.
Lulu: (1) BH? Que ótimo!...(2) Beatles é sempre Beatles...(3) Do Aggeu, não sabia dessa parada, tomara que um dia ele venha por aqui, ou então, possa assisti-lo em algum lugar...(4) Tem uma banda em BH que já foi considerada a melhor cover num concurso lá em Liverpool, você já ouviu falar disso?...(5) O passeio tá valendo!
Canceriana: (1) Que bom que gostou, e o interessante é esse negócio de idade, pois minha filha tem 15 anos, e gosta deles também...(2) É isso aí, os problemas são para serem solucionados.
Carol S.: (1) Universal, isso mesmo, é difícil encontrar alguém que não conheça pelo menos uma música deles...(2) Boa Volta!
Carol: (1) Sonhos são nossas vidas...(2) Se tiver uma oportunidade de conhecê-los melhor, não perca!
Renata: (1) É, sorte nossa mesmo, ouvir Beatles melhora muito o meu dia..(2) O nosso Flu ta embalado, detonou o Grêmio ontem, também.
Ana Melo: Essa sensação de coisas boas vividas é que dá mais vontade de viver, pois sabemos que lá na frente teremos histórias como essa pra contar.
Ana: Vale o que falei pra Ana acima, se todo mundo vivesse mais seus sonhos teríamos mais gente felizes nas ruas...(2) Nosso Flu tá encarando todas, ontem foi o Grêmio. Teti: (1)Legal essa descoberta partindo de casa, é como educação...(2) Gosto dos Mutantes, também, era como se fossem nossos Beatles...(3) Meus filhos gostam basicamente do que gosto, com algumas variações para novos sons e bandas.
Cristiano: Pois é, sou muito nostálgico, e gosto disso porque em todo meu passado fui feliz, e faço disso um aprendizado para o presente e futuro...(2) Um abraço fraterno.
Feliz Dia das Mães para todos!
Escrito por Sergio Nasto,
às 23:10
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